Dados do Trabalho
Título
JAV (jornada assistencial de valor) RARAS: uma análise de Custo-Utilidade com dados de vida real no Sistema Único de Saúde (SUS)
Introdução
O RARAS (Rede Nacional de Doenças RARAS) é um estudo financiado pelo Ministério da Saúde desenvolvido desde 2020 no SUS. O JAV-RARAS, um dos pilares do RARAS, visa compreender e medir a jornada de cuidado baseada em valor dos pacientes no Brasil, medindo parâmetros de valor e custos, e avaliando a relação de custo-efetividade para otimizar a alocação de recursos em diferentes regiões do país.
Objetivo
O principal objetivo do estudo foi avaliar tanto a qualidade de vida quanto os resultados econômicos associados a doenças raras no âmbito do estudo Jornada Assistencial de Valor para Pacientes com Doenças Raras (JAV-RARAS).
Material e Método
Os dados foram analisados de pacientes diagnosticados com as seguintes doenças: Osteogênese Imperfeita (OI), Síndrome de Prader-Willi (PWS), Acromegalia (ACRO), Angioedema Hereditário (AHC), Mucopolissacaridose tipo II (MPS2), Homocistinúria Clássica (HC), Fenilcetonúria (PKU) e Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF). A qualidade de vida foi avaliada usando o questionário EuroQOL 5D (EQ-5D), que avalia a saúde em cinco dimensões: mobilidade, cuidados pessoais, atividades diárias, dor/desconforto e ansiedade/depressão. Os custos foram determinados usando o Custeio Baseado em Atividades Direcionado pelo Tempo (TDABC), um método que, com base nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), mapeia processos de cuidado e custos reais.
Resultados
Os resultados iniciais sugerem que, utilizando como base o PCDT, os pacientes com diagnóstico de Síndrome de Prader-Willi (SPW) apresentam a maior escore de Anos de Vida Ajustados pela Qualidade (QALY) com 0,851. Já PAF apresentou o menor escore com 0,562. Com relação aos custos, enquanto a Angioedema (AHC1) tem o maior custo médio de tratamento (R$ 149.919,20), SPW apresenta menor custo médio de tratamento de R$ 787,93. Dentre as doenças avaliadas, SPW destaca-se como doença com maior QALY e menor custo médio de tratamento, apresentando se mais eficiente em relação aos outros protocolos de tratamentos avaliados com ICER de R$ 930,77, sendo considerada um ponto de referência para custo-efetividade de protocolos para doenças raras.
Conclusões
A avaliação dos protocolos de tratamento realizada pelo JAV-RARAS permite classificar a eficiência técnica alocativa dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) como uma intervenção de política de saúde, através de uma análise de custo-utilidade baseada na relação entre custo e resultados de Anos de Vida Ajustados pela Qualidade (QALY) em um estudo de vida real no SUS. Esta análise pode ser complementar as análises de limiares de custo-utilidade de 3x o PIB per capita.
Palavras chaves
gestão saúde, TDABC, VBHC, limiar custo-efetividade
Referências Bibliográficas
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4) Prado CLC, Santos VCC, e outros. Uso de limiares de custo-efetividade nas decisões em saúde: recomendações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
Área
Avaliação de Tecnologias em Saúde
Autores
Marcelo Eidi Nita, Luana Lopes, Camila Azevedo, Myrianne Barbosa, Thiago Godoy, Nunes Altacilio, Temis Felix, RARAS Network