XII Fórum Brasileiro sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia

Dados do Trabalho


Título

Impactos positivos da central de diluição de medicamentos na rotina do pronto atendimento de um hospital privado de São Paulo

Introdução

A central de diluição de medicamentos (CDM) é uma área projetada em hospitais destinada ao preparo de dose unitarizada de medicamentos endovenosos. Esse setor ajuda a garantir a segurança dos medicamentos administrados ao paciente¹. A centralização desse processo visa reduzir erros de medicação, garantir a precisão das doses e otimizar os recursos. A complexidade dos tratamentos associada ao uso de medicamentos endovenosos, torna a central de diluição um avanço técnico e econômico fundamental na gestão de farmácia hospitalar².

Objetivo

Descrever o processo de implantação da CDM para evidenciar a economia monetária e para calcular o ganho de tempo assistencial da enfermagem no pronto atendimento (PA) no preparo desses medicamentos.

Material e Método

Com base na RDC Nº67 de 2007 foram instituídas boas práticas de manipulação seguidas na CDM. Iniciou-se a produção de injetáveis em 2021 com o intuito de reduzir o tempo de espera no PA. Foram selecionados medicamentos sintomáticos que, correspondessem a 70% dos injetáveis prescritos, e mediante estudos, tivessem no mínimo 24 horas de estabilidade pós preparo para se adequar a rotina do setor. Foi desenvolvido pela equipe de tecnologia um sistema de produção diferente das demais áreas do hospital e, barreiras de segurança como etiquetas com QRcodes com informações de preparo, estabilidade, lote de produção, a fim de garantir a rastreabilidade do medicamento diluído. O estudo de farmacoeconomia escolhido foi de minimização de custo³, onde avaliou-se a equivalência econômica da produção pela CDM com o preparo feito pela enfermagem. Foi utilizado o sistema de gestão em saúde TASY para mensurar a quantidade de insumos utilizados nos medicamentos produzidos pela CDM, bem como o custo da sua produção. Em relação à economia de tempo, o preparo de cada dose unitária pela CDM atribuiu 2 minutos de tempo ganho ao profissional de enfermagem (abertura de material e preparo).

Resultados

O número de preparações foi de 16.287 em 2021, 85.164 em 2022, 93.669 em 2023 e 56.583 no 1º semestre de 2024. Compilando as preparações feitas no PA observou-se uma economia anual de R$ 33.237 em 2021, R$ 74.605 em 2022, R$ 99.750 em 2023 e R$ 71.050 no 1º semestre de 2024, perfazendo um total de R$ 473.762 representado em economia de insumos no preparo dos medicamentos em relação ao que seria feito pela enfermagem. A quantidade de horas ganhas de enfermagem foi de 542 horas em 2021, 2.838 horas em 2022, 3.122 horas em 2023 e 1.886 horas no 1º semestre de 2024, um total de 8.268 horas assistenciais que puderam ser designadas para outros cuidados dedicados ao paciente.

Conclusões

A CDM auxilia de forma positiva em todos os aspectos para o qual ela foi desenvolvida, com resultados de impacto financeiro, assistencial e de segurança, reduzindo os custos com produção, estoque e descarte de insumos, aumentando a disponibilidade da enfermagem para rotinas diárias de cuidado e atenção ao paciente, reduzindo a incidência de erros detectados em etapas do preparo e administração medicamentosa.

Palavras chaves

Farmacoeconomia, Segurança, Atenção ao Paciente

Referências Bibliográficas

1. MARINI, D. C.; PINHEIRO, J. T.; ROCHA, C. S. Avaliação dos erros de diluição de medicamentos de administração intravenosa em ambiente hospitalar para o desenvolvimento de um guia de diluição e administração dos mesmos, v.28 n. 2, 2016.
2. PEREIRA, L.F.C; MANSUR, S.L; DE CASTRO LUIZ, S.C.; TEÓDULO, T.F.M. Implantação da Central de Manipulação de Misturas Intravenosas no Hospital das Forças Armadas. Monografia apresentada para obtenção do título de especialista em Farmácia Hospitalar na Universidade de Brasília. Brasília, 2006.
3. PACKEISER, P. B.; RESTA, D. G. Farmacoeconomia: uma ferramenta para a gestão dos gastos com medicamentos em hospitais públicos. In: Infarma: Ciências Farmacêuticas, v. 26, n. 4, 2014.

Área

Assistência Farmacêutica

Autores

Davi Rodrigues, Rafael Lima, Thainan Oliveira, Marina Guimarães, Júlia Berlfein, Paulo Henrique Oliveira, Larissa Toniolo, Renan Cardoso