XII Fórum Brasileiro sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia

Dados do Trabalho


Título

Uso prolongado de Lisdexanfetamina para transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: o que dizem as evidências?

Introdução

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno neuropsiquiátrico que atinge aproximadamente 10% da população infantil [1] e 4% da população adulta [2]. A doença pode interferir na vida escolar/acadêmica, profissional e até mesmo nos relacionamentos pessoais. Uma das alternativas medicamentosas é a Lisdexanfetamina (LDX), uma preparação pró-droga que tem duração média de 13h. Devido ao uso contínuo, é preciso avaliar sua eficácia e segurança a longo prazo [1,2].

Objetivo

Elaborar síntese de evidência sobre a não-efetividade da Lisdexanfetamina para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e de Transtorno de Compulsão Alimentar e usos off-label.

Material e Método

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Resultados

Foi realizada uma síntese de evidência, utilizando as bases PubMed, Embase, Web of Science e Cochrane. A busca incluiu descritores e seus respectivos sinônimos para identificar a eficácia e a segurança a longo prazo da LDX em pessoas com TDAH. Foram incluídos estudos intervencionais e com grupo de controle cujo seguimento foi superior a 5 semanas. Foram excluídos estudos secundários, sendo realizada análise na lista de referência a fim de se identificar publicações potencialmente elegíveis que não foram localizadas nas buscas em bases de dados. A seleção foi realizada em duas etapas: i) leitura do título e resumo; ii) leitura de texto completo.

Conclusões

Foram incluídos 32 estudos nesse rápido HTA. Em relação à população, foram investigados os efeitos da LDX desde 5 a 55 anos; e o maior seguimento foi de 108 semanas. De forma geral, a literatura aponta para uma grande redução dos sintomas nas primeiras 5-6 semanas de tratamento, estabilizando-se nas semanas seguintes. Após 108 semanas, a mudança média identificada foi de -25,8 (IC 95% -27,0 a -24,5; p<0,001) para hiperatividade/impulsividade TDAH-RS-IV e -13,1 (IC 95% -13,8 a -12,4; p< 0,001) para pontuações da subescala de desatenção do TDAH-RS-IV. Entretanto, eventos adversos aos transtornos psiquiátricos de classe de sistemas de órgãos (SOC) são frequentes, incluindo irritabilidade, ansiedade e agressão, além de tentativas de suicídio em casos graves.

Palavras chaves

De forma geral, o uso contínuo de LDX aponta para bons resultados clínicos no tratamento de TDAH, mantendo a estabilidade na eficácia do tratamento no tempo apresentado (seguimento de 2 anos até o presente momento). Entretanto, os eventos adversos, em especial os transtornos psiquiátricos do sistema, requerem atenção, uma vez que podem ser confundidos com os sintomas da doença.

Referências Bibliográficas

Dimesilato de Lisdexanfetamina; Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Avaliação da Tecnologia Biomédica

Área

Avaliação de Tecnologias em Saúde

Autores

Maíra Catharina Ramos, Flávia Tavares da Silva Elias